quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Comentário de José Terepins, 9°ano C:


Muito leve, e irônico em certos momentos, o texto "Meio Médicos, Meio Escravos" critica a medida provisória 621,o programa "Mais Médicos".
Diferentemente da média, o texto aborda e argumenta com histórias próprias e não só com fatos lógicos e estátisticos, e facilita muito o entendimento do assunto. Essa medida tenta resolver o problema de saúde pública trazendo médicos estrangeiros para as áreas mais pobres, ou seja, onde há carência de "médicos".
Sem uma examinação minuciosa do governo no profissonal, expõe a atendimentos ruins a população mais pobre e "distorce" o real problema: infraestrutura.
Como dito no texto, a falta de investimentos na áreas hospitalar causa uma enorme frustação nos profissionais e ao contrário de incentivar, afasta-os dessas áreas mais carentes e necessitadas.
O texto foi escolhido pois o assunto não é abordado com uma visão exterior, mas sim de alguém que já ensinou medicina, explicando as questões internas dos estudantes, porque de acordo com o governo, o problema.

Meio médico, meio escravo

Meio médico, meio escravo


Fernando Reinach - O Estado de S.Paulo


Incapaz de convencer jovens médicos a trabalhar no SUS, o governo federal resolveu criar um novo profissional, o meio médico meio escravo. Esse profissional, inspirado nos mitológicos centauros e na famosa meia muçarela meia calabresa, virá em duas versões, nacional e importado. É a pizza que vai ser servida no SUS.
Durante anos dei aula para os calouros da Faculdade de Medicina da USP. Eram jovens que haviam escolhido uma profissão em que a derrota é certa. Ninguém consegue escapar da morte. Ingenuamente arrogantes e prepotentes, algo compreensível em quem sempre foi o melhor aluno, sobreviveu dois anos de cursinho, e se classificou entre os 300 melhores no vestibular mais competitivo, acreditavam que se tornando médicos curariam doenças letais, mitigariam o sofrimento, descobririam novos remédios e, lutando contra o único inimigo realmente invencível, ajudariam a humanidade.
Durante os dois primeiros anos de curso, a maior dificuldade era mantê-los longe do hospital. Bastava surgir a oportunidade de participar em alguma atividade que envolvesse pacientes e a frequência nas minhas aulas de bioquímica minguava. Isso não era um problema, aqueles alunos aprendiam sozinhos.
Mas nos anos seguintes a realidade desabava sobre a cabeça dos alunos. O primeiro cadáver dissecado, cenas de sofrimento, a primeira morte observada de perto, a primeira parada cardíaca que não consegui reverter, um erro que só não foi fatal porque um supervisor estava atento. A primeira noite no pronto-socorro, uma lâmpada quebrada dentro da vagina de uma paciente. Na década de 80 ano, um aluno se suicidava todo ano.
Hoje existe na Medicina da USP um serviço dedicado exclusivamente a ajudar os alunos a enfrentar a impotência e o convívio com o sofrimento e a morte. Mas a realização do sonho também aparece, sofrimentos são amenizados, situações desesperadoras são revertidas.
Aos poucos, os alunos percebem que a medicina moderna é poderosa, mas complexa. Com conhecimento teórico, muita prática e um trabalho coordenado de toda a equipe, o sonho pode se tornar realidade.
A arrogância do calouro que acreditava que se bastava, que o sucesso dependia somente de sua dedicação e esforço, desaparece. Ele aprende que o bom médico, sem recursos diagnósticos e equipamentos, sem leitos hospitalares, sem remédios, sem enfermeiros, sem fisioterapeutas, sem nutricionistas e sem um processo de gestão sofisticado e ágil, vai praticar uma medicina medíocre. Doenças que poderiam ser curadas pioram, doenças controláveis progridem rapidamente e mortes que poderiam ser evitadas ocorrem frequentemente.
Aprendem que o médico é somente uma peça importante do sistema de saúde. Esse aprendizado não é teórico, os alunos trabalham no caos semiorganizado do Hospital das Clínicas, fazem estágios em outros hospitais públicos e em centros de saúde.
Ao terminar o curso, eles sabem que praticar a medicina sem suporte é tão difícil quanto jogar tênis sem raquete.
Para os recém-formados, a frustração mais difícil de tolerar é não praticar a medicina que aprenderam por falta de infraestrutura. Muitos, incapazes de suportar a impotência diante de pacientes que voltam piores por falta de remédio, frustrados diante de pacientes que não podem ser tratados por falta de resultados de diagnósticos, ou desesperados com a visão de filas infinitas, abandonam a prática médica.
Outros, apesar de despreparados para tarefas administrativas, se tornam gestores na esperança de melhorar a infraestrutura pública. Vários preferem trabalhar em hospitais de elite, onde a infraestrutura é quase perfeita. Alguns desenvolvem uma casca mais grossa e aceitam fazer o que é possível, tolerando a frustração. E é claro que há os que se aproveitam da bagunça para fingir que trabalham e receber o salário no final do mês.
Não é de se espantar que nos últimos anos os serviços públicos não tenham conseguido atrair médicos para trabalhar nos postos de saúde e hospitais onde as condições de trabalho são piores. Os salários foram aumentados, mas a maioria dos médicos recusa um emprego fixo de R$ 10 mil em um local sem infraestrutura.
O experimento não foi levado adiante, mas seria interessante saber o salário necessário para convencer os melhores alunos de nossas melhores universidades a venderem seus sonhos.
Melhorar as condições de trabalho é a solução óbvia. Mas isso exige que o governo assuma a culpa e deixe de empurrar o problema com a barriga. Mais fácil é culpar os jovens médicos, pouco patrióticos, que só pensam em dinheiro e se recusam a trabalhar em um sistema público de saúde bem organizado, eficiente, sem filas e tão bem avaliado pela população.
Diálogo no Planalto: "A solução é forçar os médicos a trabalhar onde queremos. Mas como é possível forçar alguém que possui um CRM e portanto o direito de praticar sua profissão em qualquer lugar do País? Fácil, basta criar um CRM provisório, que só permite ao recém-formado clinicar no local designado. Cumprida a missão, liberamos o CRM definitivo. Mas isso não é uma forma de coerção? Não se preocupe, o trabalho cívico fará parte formal do treinamento, basta aumentar o curso em dois anos. Boa ideia, quem escreve a medida provisória?"
No dia seguinte: "Um aluno com um CRM provisório é um médico de verdade? Pode tratar pacientes sem supervisão? Claro que sim, senão como ele vai trabalhar no local designado? Mas então ele não é um aluno, é um médico escravizado. Não, escravidão é inconstitucional, ele tem de ser também aluno, vai lá, escreve a MP, depois resolvemos esse detalhe. Sim, chefe, mas que tal incluirmos os médicos importados na MP? Basta dar a eles uma licença provisória para praticar a medicina no País, uma espécie de CRM provisório atrelado ao local de trabalho. Brilhante, vai, escreve a MP que o Diário Oficial fecha daqui a duas horas."
No terceiro dia eles descansaram. Haviam criado o meio médico, meio escravo. A pizza que esperam servir aos manifestantes. Se tudo der certo, agora vamos protestar na frente das Faculdades de Medicina e do CRM, os verdadeiros culpados pela crise na saúde pública.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Luz no fim do eixo

17/08/2013 - 03h00

Luz no fim do eixo

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Na defensiva, admitindo erros. Quem diria, foi essa a imagem nos últimos dias de Pablo Capilé, o outrora inabalável líder do coletivo Fora do Eixo.
Até há pouco, só quem sabia do Fora do Eixo --originário de Cuiabá, surgido em festivais independentes, hoje tentando colar também em movimentos populares-- era a turma pequena que acompanha o cenário musical. Já escrevi muito e criticamente sobre o FdE. Por anos, na "grande mídia'', uma voz solitária.
Mas vieram as manifestações de junho, as transmissões da Mídia Ninja (ao vivo, de dentro das passeatas) e a revelação de que os ninjas eram bancados pelo Fora do Eixo.
Seguiu-se um interesse natural, culminando no programa "Roda Viva" da semana retrasada. Os entrevistados foram Capilé e Bruno Torturra. Mesmo que boa parte dos entrevistadores não entendesse nada, fez-se uma pergunta crucial: de onde vem o dinheiro do FdE?
Assim, já de início, foi possível saber que a tropa do revolucionário, do antiestablishment, do inimigo do capitalismo Pablo Capilé vive de dinheiro de governos e de grandes corporações (por meio dos chamados "editais"). De qualquer governo (PT, PSDB etc.) e de qualquer corporação (Petrobras, Vale, Banco do Brasil, Itaú Cultural, o que pintar).
No geral, Capilé e Torturra saíram-se bem. Ironicamente, parece que o bom desempenho foi o estopim da reação. Como se algumas pessoas tivessem dito: "O Fora do Eixo vai sair por cima? Já me dei mal com eles, sei quem são. Vou contar tudo". Uma tormenta se armou na internet.
Começou com o depoimento da cineasta Beatriz Seigner, que se ligou a eles e sentiu-se enganada. Prosseguiu com o testemunho de Laís Bellini, ex-militante, apontando as semelhanças com uma seita. E aumentou com dezenas de outros desabafos.
Assim, foi possível esboçar o "modus operandi" do FdE.
a) são uma indústria de ganhar editais;
b) muito raramente pagam cachês;
c) operam por dentro da política partidária e do aparelho estatal, principalmente secretarias de Cultura (quase sempre petistas) e o próprio MinC;
e) são uma máquina de autodivulgação, inflando os números dos eventos que organizam, para conseguir mais visibilidade com patrocinadores e políticos;
f) sob o slogan "trabalho é vida", jovens que vivem nas Casas Fora do Eixo dedicam-se de graça, sete dias por semana, a essa atividade publicitária, como "formigas felizes".
A expressão "formigas felizes" não é de ninguém "de direita", "rancoroso" ou "analógico", como o FdE costuma desqualificar seus críticos. Está em um texto no Facebook da americana Shannon Garland, 31, doutoranda do Departamento de Música da ultraprestigiosa Universidade Columbia, em Nova York.
Ela estuda a música independente sul-americana. Fala ótimo português, entende o Brasil. Colaborou com o Fora do Eixo, chegando a passar dois dias por semana na casa de São Paulo.
Em dezembro de 2012, publicou um artigo revelador: "The Space, the Gear, and Two Big Cans of Beer" (o espaço, o equipamento, e duas latonas de cerveja).
O texto antecipa a discussão de hoje. Aponta que o Fora do Eixo é uma organização voltada para a promoção de si própria. Os festivais, as bandas, tudo segundo plano. O importante é fazer coisas, qualquer coisa, para que depois as formigas felizes as promovam artificialmente na internet.
Shannon Garland se diz decepcionada com a unanimidade pró-FdE no meio acadêmico, incluindo pesquisadores que admira. Lamenta que Hermano Vianna, Ronaldo Lemos e Oona Castro "elogiem tanto" a organização de Capilé.
Mas há pelo menos uma exceção. André da Fonseca, da Universidade Estadual de Londrina, apresenta o que chama de "visão crítica sem rancores ou deslumbres". Escreveu um artigo valioso, "Vida Fora do Eixo", sobre a dedicação obcecada dos militantes.
E um dos maiores especialistas do mundo em coletivos e cultura alternativa também quebra o consenso. É George Yúdice, da Universidade de Miami, profundo conhecedor do Brasil.
Em depoimento no "Face", ele conta como apresentou o FdE a grupos da América Central e, quando percebeu, fora passado para trás --o FdE tinha tomado conta do dinheiro e pregado sua marca em eventos que nada tinham a ver com o coletivo brasileiro.
O juiz da Suprema Corte americana Louis Brandeis (1856-1941) dizia: "A luz do sol é o melhor desinfetante; a luz elétrica, o policial mais eficiente". Figura das sombras, das manobras, imperador de um submundo paralelo, Pablo Capilé enfrenta pela primeira vez a exposição pública. O resultado tem sido devastador.
Álvaro Pereira Júnior
Álvaro Pereira Júnior é graduado em química e jornalismo pela USP, com especialização em jornalismo científico pelo MIT. Trabalha no programa "Fantástico", na TV Globo. Escreve aos sábados, a cada duas semanas, na versão impressa de "Ilustrada".

Protestos em questão: Mestre Dines, ouso discordar

16/08/2013 - 03h00

Marli Gonçalves: Mestre Dines, ouso discordar

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Decano do jornalismo, professor, observador da imprensa, Alberto Dines anda entusiasmadíssimo com os ninjas a ponto de compará-los à imprensa alternativa surgida na resistência à ditadura. Ouso discordar do mestre.
Os ninjas (e similares) têm transmitido o reality show da vida ativista durante horas, coisa que --convenhamos-- não há mesmo muito jornalista que vá e possa fazer. Jornal fecha edição. TV tem tempo valioso. Rádios registram takes. Ninjas rodam bruto e hoje há liberdade de expressão, além de tecnologia.
Mas antes havia qualidade e inteligência, nomes importantes, líderes. Éramos vários grupos e tendências. Lembro quando fundamos o jornal "Nós Mulheres", feminista.
Uma guerra para fechar cada edição. Tudo era difícil para todos: alguns, apoiados por organizações políticas e partidos na clandestinidade; outros, por vaquinhas, o crowdfunding da época, ajudados por artistas ou militantes de boas famílias.
No sobrado da rua Capote Valente, 376, havia duas redações: "Nós Mulheres" no porão emprestado e o "Versus" no térreo. Horas vagas na militância jornalística. Todos eram assim. Nada se podia pagar. Poucos eram editores profissionais.
E para buscar os jornais nas raras gráficas que aceitavam o risco de trabalhar para "subversivos"? Ou caloteiros, que às vezes também éramos? Filmados, fotografados, seguidos e perseguidos pela polícia política.
Bombas explodiam nas redações ou em bancas que ousavam vender nossos jornais. Ou, como aconteceu no Bar da Terra, onde frequentávamos. Ali, se a bomba tivesse sido mais certeira, dizimaria boa parte de quem fazia a imprensa nanica, como simpaticamente era vista, formato tabloide. Era uma imprensa que juntava jornalistas, intelectuais, pesquisadores, pensadores, o que de melhor havia, contatos do exílio. Formulávamos um país melhor.
Nada contra a Mídia Ninja. Acompanho muitas manifestações por eles. Mas daí a dizer que o que vêm fazendo é igual à imprensa alternativa, que são gênios da informação, calma lá. Alguém que tenha tido a pachorra de acompanhar a linguagem descompassada da cobertura, o português assassinado, as bobagens ditas no ar, a desinformação, a ignorância política ou que tenha tido a disposição de ler os comentários da audiência verá que é tão ruim que chega a ser divertido.
O jornalismo da vida real é feito sem brincadeira, por profissionais, que deveriam ter mais condições de trabalho, de tempo, de estrutura. Denúncias, entrevistas, investigações e reportagens requerem técnica e --por que não dizer?-- proteção, em suas várias formas.
Não há esse duelo "velho" jornalismo, "novo" jornalismo. Vejo uma visão empobrecida de quem ouviu cantar o galo por aí, falando em "crise narrativa" --expressão que o Fora do Eixo Pablo Capilé cunhou e insiste na confusa e rala análise que faz onde pode, se enrolando todo.
Mestre Dines, com todo o respeito: não terá o senhor se entusiasmado demais? Ninjas são parte da nossa fantasia, aquela coisa oriental de luta. Os meninos são ninjas de marketing, de sorte de sigla: Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação. Não se sustentam nas pernas. Não têm qualidade. São fugazes. Como o papa alerta, jovens podem ser as maiores vítimas da manipulação.
MARLI GONÇALVES, 55, jornalista, é diretora da Brickmann&Associados Comunicação

Protestos em questão: para entender a violência

16/08/2013 - 03h00

Rafael Alcadipani: Para entender a violência

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Não foi preciso muito tempo para que a categoria "vândalos" entrasse em ação. Para explicar o movimento "black blocs", analistas logo enquadraram nela os jovens mascarados que promovem atos de violência contra símbolos do capitalismo.
Em conjunto com a professora Esther Solano, da Universidade Federal de São Paulo, iniciei uma pesquisa sobre as manifestações. Para tanto, temos ido às ruas observar e conversar com jovens, policiais e jornalistas durante esses eventos.
A técnica da pesquisa é inspirada na antropologia e partimos do pressuposto de que, para termos a compreensão de um fenômeno, precisamos observar e conversar com aqueles que o vivenciam.
Uma coisa é formarmos uma opinião observando o acontecimento à distância, pela mídia. Outra é formar uma opinião em campo.
Como pesquisador, posso falar apenas dos dados que tenho em mãos, os quais analisei sem pretensão de obter a verdade absoluta.
O que observei ao ir às ruas pode ser resumido da seguinte forma. Os jovens do "black blocs" são articulados intelectualmente. Grande parte é estudante secundarista. Vários estudam em escolas públicas.
Muitos moram em regiões periféricas; alguns, na região central de São Paulo, como nos bairros da Bela Vista e da Luz. Outros parecem ser da elite econômica, mas são percebidos como minoritários. São jovens que dizem não ter futuro no Brasil.
Eles comentam que protestos devem chamar atenção. Uma das manifestações durou mais que quatro horas e os casos de violência foram bastante restritos.
Os manifestantes são acompanhados o tempo todo por policiais. A tensão fica no ar. Os adolescentes provocam os policiais com frequência. Existe uma disputa velada para saber quem vai usar da violência primeiro e então poder acusar o outro na mídia.
Chamou-me a atenção a quantidade de pessoas com smartphones e câmeras filmando tudo o que acontece, especialmente os atos de violência dos dois lados.
Há uma dimensão de espetáculo muito forte nisso tudo. Parece-me que a ideia de "vandalismo" não nos permite ver o que está por trás desses atos. Estamos falando de uma violência quase teatral. Afinal, quebrar um vidro com pedra gera imagens bastante impactantes.
O professor Jeffrey S. Juris, da Universidade do Arizona, fez análise semelhante a respeito das ações do "black blocs" no encontro do G-8 em 2001, em Gênova, na Itália. Sua pesquisa foi publicada no periódico "Critique of Anthropology".
Assim como os manifestantes, a Polícia Militar também é vítima de estigmas que a caracterizam como uma corporação essencialmente violenta. Presenciei oficiais tentando dialogar com os manifestantes ao mesmo tempo em que precisavam segurar os ânimos de sua tropa. Ao que me parece, eles têm que rever as táticas para lidar com distúrbios civis. As manifestações são um desafio também para a PM.
Há um quadro de disputa simbólica na opinião pública pelo estigma dominante: o da PM violenta ou o dos manifestantes vândalos. Um pesquisador independente, ao querer analisar o fenômeno, logo é jogado para um dos lados.
Para compreendermos o que acontece no Brasil hoje, precisamos ser capazes de pensar. A violência, que em todas as suas manifestações é condenável, para ser combatida precisa ser compreendida para além de discursos simplificadores.
Não temos respostas definitivas para a compreensão dos protestos e os seus desdobramentos. O debate continua em aberto. Para isso, estudar os fatos para discuti-los além do senso comum é fundamental.
RAFAEL ALCADIPANI, 36, é professor de métodos qualitativos de pesquisa e teoria das organizações na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas
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alunos do 9°A ( Tomás Rogozinski )
selecionei essa música porque acredito que representa esse momento que estamos vivendo hoje no Brasil

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O Começo da Conversa

Hoje, no 9°ano B, discutimos, na aula de HB (História do Brasil), sobre o que vem acontecendo principalmente no Brasil, nesses últimos meses de junho, julho e agosto. O Brasil está em um momento que, talvez, desde as manifestações dos "cara pintada", que resultou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, não acontecia. O povo foi as ruas, inicialmente atiçado pelo movimento M.P.L (Movimento Passe Livre) que lutava pela revogação do aumento da tarifa do transporte público. Mas acabou se transformando em um protesto contra assuntos muito maiores como, o mau uso do dinheiro público, a "cura gay", PEC 37, transparência dos políticos, o sumiço do Amarildo e melhorias na saúde pública e na educação. A polícia, em São Paulo, inicialmente tomou uma atitude muito violenta e opressora, mas após ter sido exposta pela mídia e redes sociais, como a Mídia N.I.N.J.A, foi forçada a não repreender aqueles que queriam protestar pacificamente. Entretanto, no Rio de Janeiro, a polícia, ordenada pelo governador Sérgio Cabral, continuaram agindo de forma violenta. Porém, devemos ressaltar o fato de que, na capital fluminense, alguns manifestantes, como os "Black Bloc", também agiram de forma não muito "ética", queimando carros em frente a prédios públicos e invadindo e assaltando a Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). Isso é apenas uma introdução superficial do que anda acontecendo no nosso país.
Escrito e elaborado por: Miguel Fragelli e José Mifano

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

quem são os Black Bloc

Entenda o que é o ativismo 'Black Bloc' presente nas manifestações

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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
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País em protestoAdeptos da estratégia anarquista Black Bloc (bloco negro) estiveram em diversos atos pelo Brasil na recente onda de protestos. Nesta quinta-feira (11), foi possível vê-los nas ruas da zona sul de São Paulo e na manifestação que ocorre no Rio de Janeiro.
Os grupos se caracterizam por usar roupas e máscaras negras cobrindo o rosto, para dificultar a identificação por parte de autoridades. O vestuário também cria uma sensação de conjunto e união entre si.
A ideologia Black Bloc se baseia no questionamento da "ordem vigente". Eles se manifestam contra o capitalismo e à globalização. Suas ações promovem o dano material a fachadas de empresas multinacionais e vidraças de bancos, por exemplo.
Por esse motivo são geralmente associados à violência e depredação. Acabam, na maioria das vezes, entrando em confronto com a polícia.
O ativismo Black Bloc tem origem na Alemanha, na década de 1970, e seguidores em diversos países. Não é, entretanto, um movimento de organização única. Em uma mesma manifestação, por exemplo, pode haver grupos distintos, com organização e táticas diferentes.

roda viva 1 de julho 2013

Roda viva 5 de agosto 2013

iniciando o trabalho

Meus alunos queridos está aberto um novo instrumento de discussão, reflexão e estudo sobre o nosso país.